Grite em Silêncio

Você vive por tantos anos tolida, sem poder se expressar, sem poder mostrar o que pensa, porque as pessoas não entenderiam.

Mas sua personalidade não lhe permite usar máscaras ou fingir ser outra pessoa, 

e você insiste em querer dizer o que pensa.

Sempre sendo mau interpretada.  

Você sabe que não se pode nadar contra a maré,

que uma andorinha não faz verão.  

Mas você não quer mudar o mundo!  

Você apenas quer dizer o que pensa e sente.  

Sua opinião, sua maneira de ver as coisas.

Mas, sempre jugada pelo seu DNA, pela sua personalidade forte e predominante.

E pior sempre julgada como sendo alguém errada, fora dos parâmetros.

Quem determinou que parâmetros devem ser usados?

Não estou falando de ensinamentos bíblicos ou morais, longe disso, 

estes me esforço ao máximo para sempre andar nestas veredas e nunca me afastar.

Me pergunto quem determinou o que é normal?

Seria normal ou aceitável?

Aceitável num pais machista?

Aceitável na cabeça de homens que deturpam o que a bíblia diz?

Por que sou atípica?

Por que sou diferenciável?

Por que luto pelos meus direitos?

Por que sou questionadora?

Não deveria ganhar este rótulos. 

Apenas queria ter o direito de me expressar!

Direito este que nem mesmo me é tirado por leis governamentais, nem morais e pouco menos de Deus.

O direito de ser quem se é, e não os que os outros querem que sejamos.

Mas cai na real!

Por mais que você encontre quem te aceite,

por mais que você encontre quem te compreenda, 

quem te ame, 

no fundo quando você falar algo que incomode esta pessoa, 

ela te dará os mesmos rótulos que os outros,

apenas tendo um sentimento diferente por você.

Vivemos numa sociedade onde quem não se adaptar é tido como atípica,

diferenciável, inapta, inapropriada.

Se falar, fale baixo.

Grite, 

mas GRITE EM SILÊNCIO!