Meu pai: Jorge Sobrinho
Fui visitar meus pais este final de semana, minha irmã caçula também foi, aproveitei para revê-la, não moramos na mesma cidade.
Saí com amigos antigos que reavivamos a amizade depois de anos afastados, reencontrei amigos novos, me diverti, dei muita gargalhada me senti bem.
Voltei a sentir o gostinho de estar em família, eu que acabara de perder a minha.
Mas na hora de voltar para casa com sorriso nos lábios, com boas recordações de um final de semana agradável, recebi uma triste notícia de que meu pai estava internado. Havia passado mal no trabalho e tinha ido para emergência do hospital. Sabia que não se tratava de algo simples, ele foge de médico, só vai quando a "coisa tá feia".
Não tinha como não controlar as lágrimas! O ano de 2011 foi um ano terrível, perdi tantas coisas, tantos valores, sentimentos, pessoas.
Minha avó materna havia morrido só há 3 meses, e agora a possibilidade de perder meu pai, era só o que vinha a minha mente. Mais uma perda...
Oh! Ano de 2011!!!
E de repente me pego fazendo uma retrospectiva de minha vida com ele.
Há meu pai! Meu companheiro na praia, meu parceiro de cinema, meu herói!
Até hoje quando ouço a música do Fábio Jr. " PAI", minhas filhas vem ver meus olhos, pois sabem que vou chorar.
Como é bom ter um pai! Perfeito? Não, não mesmo, Trouxe mágoas, tristezas e decepções, como todos nós seres humanos.
Mas sou uma pessoa de focar o que é positivo nos outros. Se as amo então, até arrumo desculpas para seus defeitos, mas nunca deixando de enxergá-los, apenas os sobrepondo, pois eu também tenho os meus.
Me lembro nos acampamentos, na época ele só tinha 2 filhas mulheres ( somos 3, ele não teve filho homem), ele tinha que procurar um local para fazermos nossas necessidades, porque para homem tudo é mais fácil. Assim que chegávamos no local de acampamento esta era sua primeira preocupação.
Na praia eu sempre subia em seu ombro para pular, quando não mergulhava e ele fazia de suas pernas um túnel para eu e minha irmã passarmos por baixo d`água.
Ah! Os filmes! O cinema!
Quantas Tela Quente! Quantos Tele cine!
Foi o marco em minha adolescência.
Antes havia censura, e os filmes eram para 14, 16 e 18 anos. Ele ansiava cada idade que eu fazia para poder ir com ele ao cinema, pois nunca aparentei mais idade.
Atravessávamos a cidade do Rio de Janeiro para assistirmos o lançamento (sempre assistíamos na semana que lançava).
Lembra do Super-Homem, pai? Fila kilométrica, tanto sufoco e acabamos assistindo no chão na escadaria do cinema Madureira1, para não termos que esperar pela outra sessão.
Lembra do tumulto do E.T.? Sua mão ficou presa no portal da bilheteria. (também esta mão parecida com do "COISA" do Quarteto Fantástico - kkkkkkkk)
Tantas aventuras, e com meu pai!!
Não posso escrever cada boa recordação, cada momento bom e agradável que me veio a mente, enquanto as lágrimas escorriam por meu rosto, por pensar em ter mais uma perda .
Nenhum Blog comportaria tantas informações.
Como diz Fábio Jr. " Pai você foi meu herói, meu bandido".
Te amo
De sua "Coluna do meio", "sua Eterna caçulinha", o "Filho homem que você não teve".
P.S: Meu pai já saiu do hospital e está se recuperando.