Todos passam por mim, todos pisam com todos os tipos de calçados. De Melissas a Mocassins, de Azaleias à Scarpins.
Que povo complicado!
É uns correndo, tropeçando, outros devagar, outros passeando, uns atrasados no compromisso, outros matando a hora.
Colam-me cartazes, rasgam-os, picham-me, pintam-me.
É fumaça, gritos, falatórios.
Para os camelôs sou um ganha pão.
Que vida ingrata levo!
De madrugada me fazem de mictório, reclamam de meu odor.
Uns reclamam da minha escada escorregadia, já gasta.
Até os mendigos resmungam da pouca esmola que ganham e me culpam.
Não me dão valor!
Mas quando cai a chuva, para onde correm?
A quem procuram?
EU!!
Não há de ser nada, me conformarei de ser um intermediário,
de ser uma passarela, banheiro, quarto e até mural.
Mas pelo menos sei o que sou e me orgulho.
Sou um Túnel!
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